terça-feira, 28 de dezembro de 2010

lusco-fusco

quanta coisa dita no ocaso
enquanto a lua esperava
sua entrada em cena

e o sol nem por testemunha
apenas vermelho-alaranjado
velho retirante

talvez por saber que
quando volta
no outro dia pela manhã

os poucos que sobram
apenas zumbizam
ouvindo música bem baixinho


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Pré suposto

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Enquanto ainda é noite: Desfecho

O destino, dizes tu
me fez teu algoz
para livrar-te
e em minhas mãos
tua existência encontrar
um fim.

Triste sina a tua,
não sabeste ler os oráculos
portanto deixo-te
sem poder vingar-se da morte
presa a tua escolha passada
não podendo morrer.

Mas para o caso de estar errado,
levo de ti teu cavalo
e o arco
para perder-se comigo tua história
e nunca ter fim.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Ensaiando um conto...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mais do Mesmo

Gente pra todo lado querendo aparecer 
e botando a bunda onde não devem (pelo menos não deveriam).
1992, hoje!
Sempre caronas e chatos,
ontem falantes, hoje teclas ágeis,
bajuladores e sem noção.
Não sabem o que é degustar...

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Transitivo direto e indireto

domingo, 7 de novembro de 2010

Enquanto ainda é noite. (parte II)

Tenho uma mala de garupa,
um cavalo marchador,
uma vontade voraz de galopar,
um por do sol no horizonte
e um sentimento de culpa.
Um vagabundo não parti, nunca esteve.
Gratidão?
Me acrescentaste mais pesar!
Tenho que lhe prestar um favor
que me pedes com urgência,
queria apenas deixar essa cabana,
mas não posso pois lhe devo um tiro de arco.

Ensaiando um conto...
Paulo Roberto Wovst leite.

domingo, 10 de outubro de 2010

RISO IDIOTA

Novamente sorrindo
um riso idiota
se movendo de lado
como um caranguejo
com a memória cheia,
mamãe me prepara um café da manhã
o móbile sobre minha cabeça
é um monte de ciclistas doidos
andando numa roda só.

Venha junto comigo
de mãos dadas ou não,
dar uma volta no carrossel
dos cavalinhos coloridos,
tudo aqui é tão cheio de vida,
estrelas anãs explodem a todo momento,
beijo de língua e tapa na cara,
cheiro de colônia barata,
uma corda pendurada na árvore.
Mamãe não é que não goste
só estou com um pouco de raiva
enquanto estes ciclistas doidos
andam sobre minha cabeça
e boto na cara esse riso idiota.

Lá pelo limite da cidade
encontro passado e presente
lado a lado sem se tocar
convivendo com um olhar
perdido para o futuro.
Damas passam com seus cavalheiros
vão para missa matinal
os sinos tocam chamando todos,
mamãe vou encher a barriga
na festa do divino espírito santo,
encher a cara de álcool
e achar alguém pra levar pra cama.

Coisa horrível o gosto de vômito,
acho que foi o carrossel
e seus cavalinhos coloridos,
não me lembro de muita coisa,
o sangue no lençol
já não me diz nada.
Difícil de acreditar, mas estou
com saudades dos ciclistas doidos,
queria dar-lhes umas porradas
assim descarregava um pouco,
enquanto eles voassem por cima
da minha cabeça
e quem sabe tirava da cara esse
riso idiota. 

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
PRÉ SUPOSTO

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Enquanto ainda é noite.

Para minha desgraça estava vivo e tudo que sentia
era uma dor terrível pelo corpo,
andava perdido a dias e já não me lembrava mais do meu rosto,
confundia-me com todos aqueles fétidos na lama
e seus corpos quebrados, dilacerados pelo aço, comidos pelos cães.
Talvez devesse apenas deitar-me e esperar um abutre
terminar o serviço, mas algo me empurrava, algo insistia.
Cheguei ao pé de uma colina descampada, atrás a floresta.
um sol  iluminou-me após muito tempo
e não sei por quanto tempo.
Pode-se morrer num lugar assim e se esquecer de tudo que passou,
pensei rapidamente enquanto contemplava o céu distante,
quis te um lar, eu vil mercenário, jogador e joguete,
de novo rondando a morte e ela declinando a meus anseios.
Ouço o trote de um cavalo, um cavalheiro misterioso.
Sou levado colina acima, já no topo posso avistar,
abaixo próximo a um ribeiro uma cabana entre as árvores,
sou colocado nas águas e liberto de meus trapos imundos
pelas mãos ágeis não de um cavalheiro, mas de uma mulher,
de olhos negros que me penetra com seu olhar profundamente.
Dá-me algo que bebo e não mais...
Acordo! 

Ensaiando um conto...
Paulo Roberto Wovst leite.

domingo, 12 de setembro de 2010

TANGO

Parado na velha estação de trem
olhando pro infinito
a espera do que não vai chegar
soa triste a canção no radinho de pilha

um gato passa assustado
um vulto preto
um cachorro lati feroz
corre atrás do que não vai alcançar

Acho bem legal
gosto da liberdade dos gatos
sigo instinto
danço no telhado a noite toda

um homem com seu bandonéon
faz poesia
com notas do passado
revisitando a velha estação

dou-lhe um olá
desligo o radinho
peço uma do Piazzolla
aqui é bem melhor que lugar nenhum

esse cara tem o dom de me fazer viajar
sinto meus pés comicharem
meu peito abre
enquanto ele abre o fole

giros, giros, giros...
já ouviu?
do Fito Páez
me traz de volta

começa a tocar e me lança
no espaço de novo
bate uma euforia
danço nas nuvens e nada me detém

no espaço desta canção
posso cantar, dançar
abro o peito
e me projeto no ar

no oceano de emoções
na velha estação
a espera do que não vai chegar
bandonéon...

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Pré suposto

sábado, 4 de setembro de 2010

BINGO!

Passei de carro, voando na via expressa
um monumento de concreto e ferro
chamou-me atenção, freei bruscamente,
capotei sete vezes antes de parar na faixa contínua,
tinha a cabeça pendurada na janela,
seus olhos apareceram na minha frente,
tinha uma sacola na mão
e um sorriso nos lábios

volta, volta, volta, insistiu

de todas as cores, de todos os cheiros
lembrei-me de vinho tinto,
um tic-tac, talvez um relógio de bolso,
meus heróis estavam voltando
a me dizer coisas no ouvido,
meu avô que não era meu avô
tinha um carro dos meus sonhos,
tinha uma paciência de verdade

volta, volta,volta, insistiu

relaxe rouge e batom
crianças querem ser adultos,
adultos querem ser crianças,
brincam de roda,
olhei pro céu e vi uma nuvem
com formato de fuzíl anti-aéreo,
meninos brincam de soldadinho,
meninas brincam de mamãezinha

volta, volta, volta, insistiu

ouvi alguém gritando gol,
acho que era futebol de botão,
onze gladiadores de cada lado,
soco no ar e exultação,
talvez façam uma estátua ao deus negro
e esqueçam pra sempre o pinguço
uma pausa para fazer algo
que ninguém pode fazer por mim

voltei na contra-mão.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Pré suposto

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MADRUGADEIRO

Quando o sol se poe
jaz mais um dia
e vai com ele meu andar
me resta agora a noite
e me por a voar
ou escolher amortecer a cabeça
e dormir e dormir sem relaxar
e sonhar e sonhar.

Quando o sol nasce de novo
já estou a tempo a caminhar
e quando seus raios entram
por alguma fresta
não enche o vazio
que deixei para você ocupar.



PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas.

SEM CLONAZEPAM NEM CIRCO

Não quero banalizar minha dor
muito menos meu sofrer
se for pra sofrer que seja sóbrio
se for pra me embriagar
que seja de amor
e se tiver que amar
não vou banalizar meu amor
vou me apaixonar através
do dia e da noite
se tiver que chorar
que seja aos borbotões
se tiver que sorrir
que seja na cara dura
no meio da rua
no trabalho
no chuveiro cantarolando
aquela canção que fiz pra você
enquanto sonhava com nós dois
se tiver que lamentar
que seja através do meu olhar perdido
porque tive medo
quando era para ousar
porque esperei
quando era pra alcançar
porque ousei
quando já não fazia diferença.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas
BEM,

Deve ter sido está noite quando eu sonhava,
que você se aproximou e disse dentro dos meus olhos eu te amo.
Vi uma borboleta vinho tinto quando os fechei
e meus lábios se colaram aos teus.
Acordei música, pingo de chuva, lua de teto, chão de lençol.


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas

dedo Pó

seis horas úmida e escura
com som de sino
e galos.

teclado e tela
dedos indo e vindo
separados.

uma caixa de surpresas
uma manhã
que nunca chega.


Paulo Roberto Wovst Leite
De brinquedos quebrados.

SUSPIRO

suspensa,
voa uma folha
até cair nas águas
e começar uma nova viagem
a corredeira do rio
não a deixará em paz
a levará onde quiser
não pertence mais a árvore
não pertence mais ao vento
até nunca mais...


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De brinquedos quebrados

FOI DE PROPÓSITO

É CLARO QUE FOI DE PROPÓSITO
QUE ATINGI,
ATINGISTE O CORAÇÃO
DE QUE MODO SERIA?

NINGUÉM PENSA NO QUE ESTÁ FAZENDO
NINGUÉM QUE TENCIONA DE VERDADE
NINGUÉM QUE NÃO FICA PLANEJANDO O FUTURO
OU PERDIDO NOS ERROS DO PASSADO

QUEM VIVE O MOMENTO
CORRE ESTE TIPO DE RISCO
RISCO DE ACERTAR O ALVO
RISCO DE FICAR SEM RUMO.

ALGUNS GOSTAM DE CULPAR
AQUELE PELADINHO
DE BUNDINHA BRANCA
E ASINHAS DE SORTILÉGIO

MAS TEM COISAS QUE NÃO SÃO
MITOS, MUITO MENOS RITOS
SÃO O QUE SÃO
SÃO DE PROPÓSITO.



PAULO ROBERTO WOVST LEITE.
De emoções guardadas

Toque

o que é
um toque
pra quem espera
e pra quem dá?

um toque
pode significar muito
pra quem espera.

Esperança e dor...

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas

BECAUSE

Passar o dia ouvindo
a trilha sonora
de um rito de passagem
onde a ingenuidade era perene
onde a pureza
começava a ser maculada
quando descobri os livros
de dureza direta
e as pessoas de falsidade discreta
onde Lennon/McCartney
eram uma dupla
a melhor de todas
de todos os meus dias
por vários anos.


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De brinquedos quebrados.

BR 470km 59

10km-Indaial
18km-zoológico de Pomerode
muito perto ou dentro de Blumenau,
mas não parece.
Em que lugar de Blumenau estou?
Li no blog de uma poetisa denominada Nanny,
que há momentos que deveriam durar milhões de anos luz,
mas duram a velocidade da luz.
E que há momentos que mereciam ser só relâmpago,
mas insistem em tornar-se uma vida inteira.
Palavras ao vento, ecos do silêncio,
em busca das estrelas.
A gente segue teclando em busca de algo maior,
às vezes gosto de sentar e ouvir uma história,
ou consultar um amigo estrangeiro
ou quem sabe admirar um voo de um pássaro,
cruzar além mar Dispersamente...
Memórias em comum numa história em construção.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A PÊLO

Correndo pela estrada velha
como um maratonista grego
podia sentir-me um garoto nú
de pés descalços, cabelos soltos.

Um cavalo pastando me viu passar
e saiu a galope atrás de mim,
ficamos assim por minutos encarando-nos,
podia ver seu sorriso superior,
sentir seu coração arrogante batendo livremente,
seu corpo forte e altivo deslizando com facilidade.

Caí ao longo da margem da estrada inusitada
não pranteei, apenas arfava e arfava,
ele parou num estalo a alguns metros
e logo voltou a pastar e jazia ali tanta nobreza.


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PENSO QUE SEI

Às vezes
Fico olhando a lua
Nada me diz
Enquanto soa uma canção ao meu ouvido
De novo acordado na noite
Sinto-me estranho
Às vezes

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

AMÉRICA LATINA

Do México ao Cabo Horn,
segue trêmulando suas
bandeiras ao vento.
Pena não ser uma única bandeira
como sonhou Simon Bolivar,
mas segue seu caminho,
este novo mundo.
Minha pátria,


MINHA AMÉRICA LATINA.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Homenagem de Gratidão

Na melancolia,
No frio,
Na fila de espera,
Na ruga esculpida pelos anos.

O corpo cambaleante e flácido
sem paciência espera,
não tem escolha,
apenas espera sua vez.

Não sabe o que virá,
dependente,
às vezes ousa chorar,
o rio Itajai-Açu corre para o mar.

Algumas pessoas esperam pelo sol,
outras reclamam da chuva,
uma garotinha brinca, nem aí,
está tudo muito divertido.

Ela pode um dia ganhar um concurso de beleza:
Miss simpátia!
Coroa de flores
e um anel de noivado do namorado.

Ele pode um dia ganhar um título:
Funcionário Padrão!
Por ser tão gentil,
sorridente e dar bom dia.

Uma música soa,
passa de carro,
atormenta os ouvintes,
burburinhos, conversas paralelas.

Conversas sobre o mesmo assunto
que não interessa a ninguém,
chega a vez de mais doze,
a fila diminui.

A sabiá canta para seu parceiro,
o chamando da goiabeira ao lado,
quer acasalar,
quer perpetuar a espécie.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Pré suposto

domingo, 1 de agosto de 2010

Penso Longamente

Quando as perguntas
chegam a minha janela
fecho os olhos e reflito
como se buscasse uma resposta

mas na realidade
não a tenho
não possuo condições
não sei

quando as perguntas
chegam a minha janela
às vezes é tarde da noite
ou muito cedo

mas na realidade
toco uma canção
leio um poema
ou apenas ouço um pássaro

PAULO ROBERTO WOVST LEITE.
Pré suposto

sábado, 17 de julho de 2010

Contraponto

Riqueza e pobreza;
beleza e feiúra;
inteligência e a falta da mesma.

Alguém disse que vou vencer minhas batalhas,
sem se preocupar em saber se estou preocupado com resultados.
Isso não me diz nada.

Às vezes andando pelas calçadas da vida
trombo em pessoas ou desvio sem ao menos olhar pro lado.
Sorrir e chorar, não tudo ao mesmo tempo, também rola.

Tem placas de cuidado por todos os lados!

Se estou fazendo algo, apenas o faço, tem quem
goste de papo furado ou de mesmices e explicações,
sei que tem a ver com condição humana.

E aí?
uah-bap-lu-bap-lah-bein-bum!


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
Pré suposto

domingo, 16 de maio de 2010

FCB divulga nomes dos poetas do Projeto Pão & Poesia 2010

A prefeitura, por meio da Fundação Cultural de Blumenau (FCB), divulga a relação dos poetas do Projeto Pão & Poesia 2010 (ver tabela). A proposta do projeto, que também está sendo aplicado em outras cidades do Estado, como Criciúma, Rio do Sul, Lages e Florianópolis, é de provocar o hábito da leitura e o gosto pela poesia, principalmente às pessoas não familiarizadas com os versos e impossibilitadas de adquirir livros de poemas.

Atualmente, o projeto foi ampliado, com um maior número de sacos de pão impressos. O material é distribuído, além de Blumenau, em Gaspar, Timbó, Pomerode e Indaial. Ano passado, por exemplo, o Pão & Poesia, que conta com a parceria da Incorpel, de Palhoça, passou para uma tiragem de 120 mil poemas/mês.


Relação

POEMA
AUTOR
Noturno
Fátima Venutti
Obra Preciosa
Luciana Welter
A Vila
Nane Pereira
Curtinho Para Amar Depressa
Rafael Zen
Espaço
Fabiana Lange
Essência
Maria de Fátima M. Baugãtner
Saudades
Tânia Maria da Silva
O Acaso?
Ilka Bosse
Janela Poética
Robson René Pereira
Pedaços de Mim
Jussara Ferreira
Sobre a Saudade
Camila Iara Marcos
Lar
Ricardo Brandes
Moda
Tchello D´Barros
Penso Que Sei
Paulo Roberto Wovst Leite
Dos Momentos
Marlene Hüskes

FONTE: http://tinyurl.com/37g8cq3


PENSO QUE SEI

Às vezes
Fico olhando a lua
Nada me diz
Enquanto soa uma canção ao meu ouvido
De novo acordado na noite
Sinto-me estranho
Às vezes


Paulo Roberto Wovst Leite

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

BORBOLETAS

Bichos ingênuos e lindos
estás tais borboletas
chegam ao ponto
de pousarem em nós
seres humanos!
São incríveis estás tais borboletas.


PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De brinquedos quebrados.

JOÕES -BOBOS

O vento tem soprado
cada dia mais forte
de todos os lados
batendo portas e janelas
testando alicerces
muita gente tem corrido
por muitas direções
há uma grande inquietação
diante de perigos, ameaças,
não distinguindo-se o que é real
do que é imaginário.

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De ilusões baratas.

286

Dizem dos dias e dos anos
muitas coisas,
porém nenhuma me responde
nada,
porque os dias e os anos
tem que ser vividos tão somente
e aos espertos de plantão
meu sorriso.

Paulo Roberto Wovst Leite
De ilusões baratas.

Alquimia

quando olho pela janela essa manhã cinzenta
a chuva que caí insistente
meu coração que insiste dentro do peito
meu violão num canto
minhas idéias em turbilhão
enquanto o apartamento dorme
e ouço velhas canções
faço uns versos com a companhia
de um chimarrão pensativo
quero amassar um pão
para mais tarde
e uma indagação me surge
fazer pão doce, integral ou salgado?

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
De emoções guardadas.