E quantos foram os braços e quantos foram os abraços, quantos beijos, desejos projetados. Voa, voa sonho plebeu pra bem longe daqui, pra bem longe da massa reunida que observam de lá pra cá, seu herói passear nas asas do poder. Um herói latino americano num gozo descontínuo, ejaculando sobre a cabeça de milhões, um contingente de indigentes, povo de estatística, números da fome, da miséria e da peste, da violência, mortalidade infantil e cota na faculdade. E defraudada a bandeira da ignorância e presunção, deitados em berço esplêndido, trocam-se metas e rumos e como diria alguém ser ignorante no Brasil não é defeito, muito menos anormal, mas ser presunçoso o é quase doentio. Surgem novas siglas partidárias, novos planos econômicos, pacotes e projeções, votam-se emendas e ao final de tudo os fins ainda justificam os meios e coligados ou não ditam regras num eterno palanque, a discursar um sorriso elegante e sutil pro povo subserviente. PAULO