A PÊLO
Correndo pela estrada velha como um maratonista grego podia sentir-me um garoto nú de pés descalços, cabelos soltos. Um cavalo pastando me viu passar e saiu a galope atrás de mim, ficamos assim por minutos encarando-nos, podia ver seu sorriso superior, sentir seu coração arrogante batendo livremente, seu corpo forte e altivo deslizando com facilidade. Caí ao longo da margem da estrada inusitada não pranteei, apenas arfava e arfava, ele parou num estalo a alguns metros e logo voltou a pastar e jazia ali tanta nobreza. PAULO ROBERTO WOVST LEITE De emoções guardadas.