RISO IDIOTA

Novamente sorrindo
um riso idiota
se movendo de lado
como um caranguejo
com a memória cheia,
mamãe me prepara um café da manhã
o móbile sobre minha cabeça
é um monte de ciclistas doidos
andando numa roda só.

Venha junto comigo
de mãos dadas ou não,
dar uma volta no carrossel
dos cavalinhos coloridos,
tudo aqui é tão cheio de vida,
estrelas anãs explodem a todo momento,
beijo de língua e tapa na cara,
cheiro de colônia barata,
uma corda pendurada na árvore.
Mamãe não é que não goste
só estou com um pouco de raiva
enquanto estes ciclistas doidos
andam sobre minha cabeça
e boto na cara esse riso idiota.

Lá pelo limite da cidade
encontro passado e presente
lado a lado sem se tocar
convivendo com um olhar
perdido para o futuro.
Damas passam com seus cavalheiros
vão para missa matinal
os sinos tocam chamando todos,
mamãe vou encher a barriga
na festa do divino espírito santo,
encher a cara de álcool
e achar alguém pra levar pra cama.

Coisa horrível o gosto de vômito,
acho que foi o carrossel
e seus cavalinhos coloridos,
não me lembro de muita coisa,
o sangue no lençol
já não me diz nada.
Difícil de acreditar, mas estou
com saudades dos ciclistas doidos,
queria dar-lhes umas porradas
assim descarregava um pouco,
enquanto eles voassem por cima
da minha cabeça
e quem sabe tirava da cara esse
riso idiota. 

PAULO ROBERTO WOVST LEITE
PRÉ SUPOSTO

Comentários

  1. mui bien, mui bien... gostei bastante desse seu jeito de escrever...

    Abraço, meu amigo!

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  2. Nossaaaaaaa


    há quanto tempo eu não passo por aqui?

    Está lindo lindo demais!!!
    Preciso urgente a voltar a frenquentar esse canto com sabor de mato verde que põe água quente... e que se toma num canudinho diferente...rs

    beijos

    ResponderExcluir

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