quinta-feira, 6 de novembro de 2014

torpor

quando falta ar
os dias ficam sem graça
cheiro, inspiração
perde-se até o jeito de voar

quando falta terra
como se não houvesse chão
afeto, transpiração
perde-se até o jeito de caminhar

quando falta água
tudo seco, sem cor
lágrima,  saliva
perde-se até o jeito de nadar

quando falta fogo
e adormece um vulcão
medo, paixão
perde-se até o jeito de bombear o sangue

Transitivo direto e indireto,
Paulo Roberto Wovst Leite.

2 comentários:

  1. Meu amigo poeta Paulo Wovst,sinto-me exatamente como esse seu poema descreve: sem ar,sem chão,sem cor,sem fogo....Apagada!!!

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    1. Cris!

      Até quando não se busca sintaxe, a concordância vem do leitor, se a algum significado, do poema nada se espera e tudo se tem.

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