domingo, 12 de janeiro de 2014

Senhoras e senhores

Hoje eu quis, acordei fazendo um poema
que me pegou de assalto
entre a madrugada e a manhã
estirado na cama, entre lençóis
suando uma noite quente
meio nu, meio perdido entre o sonho e o dormir
e acordando sozinho, ganhei o asfalto
para deixar fluir algum sentimento

Os aromas da manhã misturados
rolando pela rua numa cabeça pensante
pensando coisas de todo tipo
tipo, bee bop a lula e qualquer vinho
desde que agradável aos sentidos
mais ligeiro que os desenfreados pensamentos projetados
num espaço de tempo inexistente
intercalado com a força de uma tempestade de verão

Que cai e arrasa
lava a rua
lava a rua
não deixa vestígios
ou exime os crimes da madrugada
cúmplice de assassínios de boêmios e amantes
que deixaram suas marcas nos postes
feito cachorro vira latas

Você me disse:
quero estar nos teus sonhos
perigoso demais pra ti
não de desejo tal infortúnio
se queres estar
estejas ao meu lado
e corres perigo medido
desmedidos são os porvires

Não tenho pretensão de merecer ou programar
dedos rápidos servem para teclar
como Manzareck cheio de idéias o faz com destreza
e me faz viajar ao sol nascente
passa rápido um carro
chega apressado um pai cheio de exemplos
para dar ao seu filho pedinte
risos ecoam, hahahahahahaha

Meu querido amigo querer ser exemplo
nobre projeto de ser e não estar presente
quem me dera poder sorrir um pouco contigo
mas não posso me dei às rusgas da realidade
e não me vejo a vontade com tipos que fazem caras e bocas
Não resmungo, reclamo e faço
bato e apanho
mas não resmungo 

Me sinto com menos vinte e mais de dois mil
e isso não é insano
é a mente se projetando
e se a  bateria for bem marcada
o vocal soa suave
e o rock and rool me faz delirar
me ocorre que o sol nunca nasce e nunca se poe
e que eu estou parado

E  girando como a terra
teria a percepção de que não a leste
muito menos oeste
o que há é um eterno caminhar
para lugar nenhum
estamos perdidos no espaço numa astronave
condenada a destruição
por seus ocupantes auto destrutivos

A rua, sim!
ela me faz pensar  que meu coração ainda palpita e bombeia
boom boom boom boom boom boom bomm
explode uma paixão
garota as coisas são mais lindas com você por perto
sinto que vou morrer e poderia
no próximo orgasmo
uh ah uh ah uh ah uh ah uh ah  uh ah uh ah

Pré suposto,
Paulo Roberto Wovst Leite.


      

4 comentários:

  1. Paulo. Não é só querer para te poder acompanhar.
    O teu pensamento é rápido, contínuo, como não poderia deixar de o ser.
    Mas não tens um rumo certo. No momento em que escreves o poema, ele arrasta o teu pensamento. Será ele o reflexo da tua vida? Terás (teremos nós todos?) uma vida própria, um caminho determinado pela nossa vontade? Saberemos nós o que somos? Quem somos?
    O que se quer de nós? Que energia é aquela em que nós próprios estamos integrados?
    Podemos fazer de conta que não vale a pena interrogar a força e dinamismo dessa Energia e reduzirmo-nos a um momento em que possamos sentir que somos algo de concreto?! Que sabemos o que queremos e como lutar para alcançar uma forma de Felicidade!...

    Onde está a Felicidade se não sabemos o que é a Felicidade!?...

    Um grande abraço, Paulo.

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    1. Grande abraço amigo António e o obrigado pela reflexão, muito oportuno.

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  2. Meu amigo poeta,as palavras em suas mãos são como argila nas mãos de um escultor, o nada vira tudo, e nasce uma obra de arte,dígina de admiração!!!!!
    Um abraço!!!

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