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DENTRO DA CIDADE

Acordou antes do sol deu bom dia antes dos pássaros ficou cantarolando come together pensou que talvez fosse melhor dormir novamente mas seu futuro estava ali logo à frente naquela esquina é que havia muitas curvas e às vezes cambaleando confuso ou apenas cansado deixava-se levar por uma sensação de desamparo. Lembrou-se daquele cara legal que perdeu uma perna treinando para correr o ultramam e da conversa que tiveram por longas horas na fila da perícia do INSS aprendeu que tudo na vida pode se resumir a uma surpresa que chega e vira companheira pro resto da vida tomou fôlego e achou melhor esperar a claridade enquanto matava alguns amigos que precisava deixar pelo caminho pode notar que uns eram mais fáceis que outros e que haviam uns que nem lembrava a influência é obvio que não é claro que não o pó da estrada lembra? só você ficou como havia profetizado estendeu o braço e ofereceu a mão. PRÉ SUPOSTO PAULO ROBERTO WOVST LEITE.

O que era para ser mesmo?

Foi numa quinta, dia qualquer poderia ter sido; não tinha nada além de um trabalho a fazer. Uma responsabilidade a cumprir; não chegava a ser um ato solene; uma aula apenas, mas de cara em frente ao espelho, ri, odiei, chorei,  amei... De emoções guardadas. Paulo Roberto Wovst Leite.

Pão e Poesia em exposição na Biblioteca

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A Editora Cultura em Movimento da Fundação Cultural de Blumenau abre segunda-feira, 1◦, a exposição de poemas Pão e Poesia, uma homenagem aos escritores selecionados para esta primeira etapa do ano do projeto. A mostra ficará aberta à visitação pública na Biblioteca Municipal Fritz Müller, até o dia 31 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h30, e aos sábados, das 8 horas ao meio-dia. A entrada é gratuita. veja mais...

Mostra Cultural - Novos Talentos - Uniasselvi

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Pão e Poesia está nas padarias

O projeto Pão e Poesia da Editora Cultura em Movimento da Fundação Cultural de Blumenau já está circulando em padarias de diversas cidades catarinenses. Desta vez são 75 mil cartuchos de pão com poemas e textos impressos na gráfica da Fundação e distribuídos gratuitamente pela empresa Incorpel. Escritores participantes  Sandra Laurita Neida Rocha Jackeline Nawá Fabiana Lange Viviana Borchardt Hugo Quintana Jussara Ferreira Lucinda Costa Diva Martinelli Harry Wiese Ruca Souza Valdeck Almeida de Jesus Odolivio da Silva Paulo Roberto Wovst Leite Ricardo Brandes Rosane Magaly Martins tuco egg Gabriel Gómez Cláudia Vetter Ana Peres Batista Iris Schreiber Fátima Venutti SEMPRE QUE INICIAMOS UM NOVO DIA Vou compor uma nova canção Que vai falar de amor Vou comprar um violão Que vai ser meu companheiro Quero fazer um refrão Vem comigo ver o nascer do sol Fazendo uma caminhada na praia Vem comigo ver o pôr do sol Fazendo uma cavalgada numa colina

CADA DIA SE BASTA (desfecho)

A RETIRADA. E cumpriu formalidades, assinou papéis diversos; correu de lá para cá. Pegou filas, recebeu apertos de mão, abraços e tapinhas nas costas. Eram muitos os beneficiários. Sindicatos, partido, políticos amigos, museus, fundações, clubes, inclusive o advogado que leu o testamento. Emiliano cuidou de tudo pessoalmente para que fosse feito sem ressalvas, ao pé da letra e só após ter certeza que tudo estava conforme a vontade de seu pai, descansou. Finalmente pôde voltar para sua casa de campo, longe de tudo e de todos aos quais não pertencia, para seu trabalho com a criação, com a horta e o pomar. Voltar para a escolha que havia feito a muito tempo. Ensaiando um conto... Paulo Roberto Wovst Leite.

CADA DIA SE BASTA (parte 4)

ATO SOLENE. O plenário repleto; sessão na Câmara Municipal. Especial menção honrosa e virou nome de ponte. Tenório da Silva, como disse o orador: _ Homem destacado, bom cidadão, articulado e inteligente, grande político, enorme perda. Foi chamado o governador para reinaugurar a ponte, fizeram uma pracinha e colocaram busto de bronze, placa de homenagem e dedicatória, tudo com esmerado agradecimento pelos serviços prestados à comunidade. E Emiliano Zapata da Silva compareceu a solenidade e também a reinauguração da ponte e apesar de não entenderem, atenderam ao único pedido do único descendente do ilustre Tenório da Silva. E constou na placa o pedido de Emiliano. E lia-se: “QUANDO VEM A SOBERBA, VEM TAMBÉM A DESONRA; MAS COM OS HUMILDES ESTÁ A SABEDORIA”. [Provébios 11-2] Ensaiando um conto... Paulo Roberto Wovst Leite.

CADA DIA SE BASTA (parte 3)

ATÉ QUE A MORTE OS... Emiliano não podia entender a mãe com os olhos arregalados, aquele pavor em sua face não combinava com a docilidade que transmitia e cultivava. O mais intrigante era aquele sorriso no rosto do pai, parecia mais uma nova faceta. Morreu com um charuto numa mão, o controle remoto na outra e um copo de conhaque pela metade, comentou ao seu ouvido um bajulador. Toda aquela gente, todos aqueles pêsames e lhe ocorreu que não teria nenhum dos dois, nem mesmo para nunca mais. O pai sempre fora popular, a mãe sempre estivera ao seu lado, nada mais original os dois ali lado a lado como sempre. Ajeitou o bigode, lembrou-se de algo que lera um dia sobre a vanidade da vida; olhou de novo para o pai inerte e teve náuseas. Ensaiando um conto... Paulo Roberto Wovst Leite.

CADA DIA SE BASTA (parte 2)

HORÁRIO NOBRE Elisa já se acostumara a ver o marido assim, na verdade não o conhecera diferente, mas ultimamente andava magoada e a voz de seu pai parecia viva dentro de si lembrando-lhe os defeitos de Tenório. Elisa sempre dedicara ao seu homem um amor de menina moça, apaixonada, impressionada com as vociferações, discursos e a habilidade dele com as palavras, orgulhosa com os seus muitos compromissos, com toda aquela gente importante que lhe ligava, procuravam-o ou surgiam no portão chamando-o a qualquer hora. E lá estava Tenório, controle remoto numa mão, charuto na outra e um copo de conhaque a espera, olhou-o fixamente e surgiu-lhe um espanto, um arrepio, uma coisa, correu pro telefone, mas no caminho precipitou-se ali mesmo, na ante sala, olhou pro lado e viu o pai deitado numa maca, morrendo no hospital, segurando-lhe a mão e falando (não como no dia do acontecido com voz fraca e trêmula) com voz firme e dura: _Filha o que me importa aquele glutão ocioso, acaso nessa h

CADA DIA SE BASTA

FAZ-SE NOITE NA CASA DE CAMPO Cai a tarde, o sol jaz no poente e *Emiliano sorri dentro do peito, ajeita o bigode e o topete do chimarrão, sorve um gole longo e pensativo, assovia uma milonga, observa os quero-queros rixosos aos gritos voando de lá para cá, pega o bandoneón, começa a soltar e compor em notas alguma vontade e deixa transbordar o coração, seu olhar perde-se no horizonte, capturando os últimos minutos do pôr do sol, um sorriso brota-lhe nos lábios suavizando-lhe o rosto, suspira satisfeito e o bandoneón chora. * Sempre fora um homem hospitaleiro, amante do que é bom, sóbrio, justo, honrado, contido nas palavras e dono de si mesmo. Ensaiando um conto... Paulo Roberto Wovst leite.

Hechizo

 MAGIA Hoje de manhã recebi uma dosagem cavalar de attaque 77/ via um amigo argentino/ o que me deixou bem/ bem melhor que antes/ bem melhor pra daqui a pouco/ bem melhor pra depois. Obrigado Fernando! HECHIZO Esta mañana he recibido una alta dosis de Attaque 77, a través de un amigo argentino . Lo que me dejó bien , mucho mejor que antes , mucho mejor por un tiempo , mucho mejor para más adelante. ¡Gracias Fernando! Paulo Roberto Wovst Leite Homenagens

AO MESMO TEMPO

VELHAS LEMBRANÇAS NA ESTRADA VELHA SOAM COMO UM BLUES UM VELHO BLUES QUE FALA DE ESPERANÇAS E SONHOS EU TENHO O NOVO BEM AO ALCANCE DAS MINHAS MÃOS MAS DENTRO DE MIM VELHO E NOVO COEXISTEM PAULO ROBERTO WOVST LEITE LINHA 300

Som da bigorna

Cabeça aos avessos, martelo de bola, aço, espaço. Bigorna, dedo em riste, carne,  não é bastante. PAULO ROBERTO WOVST LEITE PRÉ SUPOSTO

Amor e dor

Amor e dor caminham de mãos dadas e vão passear no parque, no cinema, na escadaria da matriz, no banco da praça. Amor e dor nunca se separam, moram no mesmo endereço, dormem na mesma cama, compartilham o mesmo copo, corpo... PAULO ROBERTO WOVST LEITE TIRANIA DOS SENTIDOS

Cesc

Daqui do outro lado do oceano penso em ti não como quem me manda correios, mas como um amigo que troca idéias comigo passeando a margem do rio Itajaí-Açu. Daqui do outro lado do oceano aprendo contigo não como quem lê um livro, mas como alguém que bebe da fonte do que trazes na mente. Daqui do outro lado do oceano quando observo suas telas me sinto com asas e posso viajar para onde quiser o mundo fica ao meu alcance. Daqui do outro lado do oceano te mando um abraço não como quem manda um atenciosamente, mas como quem toma uma taça de vinho com um amigo que entre risos abraçam-se. PAULO ROBERTO WOVST LEITE HOMENAGENS

PARADOXO

Hoje tudo começou com chuva e lágrimas na cidade do clima extremo, nem a preocupação com uma possível enchente  e os comentários durante o dia, no balcão, na fila, no elevador, no almoço, pela tarde a fora e no café, levou a imagem dos olhos marejados daqueles dois homens. A alegria deles foi embora  e não sei por quanto tempo,  talvez nunca mais os veja,  aqui na cidade do clima extremo. PAULO ROBERTO WOVST LEITE TIRANIA DOS SENTIDOS

Graduando

Da minha cadeira eu vejo... Ela é seca, dramática, amargurada, irônica, debochada, provocadora, se esconde atrás de um ar de suposta superioridade e lá pelas tantas sempre sai com uma tiradinha. De vez enquando afirma que só faz por dinheiro. Personalidade ou comportamento? PAULO ROBERTO WOVST LEITE TIRANIA DOS SENTIDOS

CORVO BRILHANTE

Beltrame, Branco e seco, tipo hospitaleiro. Sua diplomacia sempre lhe rendeu boas amizades e parcerias. Tocou um sino dentro de sua cabeça numa manhã cinzenta e Beltrame sentiu-se ausente. Abriu a porta e não olhou para trás, ouvia uma voz atrás de si, mas não podia reconhecê-la. Ganhou a rua e ouvia risos, enquanto dava passos, enquanto empurrava o corpo pela calçada. Uma garotinha parou a sua frente e dizia coisas desconexas, sua boca abria e fechava sem parar, não podia entender, não podia fazer nada, não sabia do que se tratava, lembrou do arco íris que perseguiu durante anos em sua infância atrás do pote de ouro. Chorou! Denise havia o balançado, tinha um sorrido de poucos anos, ele era apenas um garotinho, ela tinha um irmão mais velho que teve que levar uma pedrada na cara por ter sido tão idiota, custou-lhe um possível amor. Primeira vingança, primeira decepção. Denise teve medo! Quando jogava, gostava de ganhar, se perdia fazia confusão, seus amigos não o compreend